23/04/2011

Joana ( Despudor)


Joana ( Despudor)

Ela queria morrer
Para os olhos frios ,sem gloria
Ignorar sem temer
As línguas frias
Hipocrisia torta

Ela queria era a nudez
Da sua verdade , sem fantasia
Abominar a mascara que lhe cobria
E proclamar sua alforria
Em graves roucos e sem temor

Ela seguia na sua guilhotina
De linhas tortuosas que quase sempre era sua vida
Ela sorria em timidez , sua própria sina
Enquanto o mundo girava em torno de seus medos
Seus receios lhe prendiam

Ela balbuciava sua profecias inconcretas no silêncio.
No silêncio do tempo que lhe cobria
Ela amava ser o que ainda não vivia
Abraça sonhos ,
Só abraçava
Apática, não os perseguia
Não os buscava ou os ameaçava
Não os lambia

As chuvas passavam por dentre os dias
O sol renascia depois das cinzas
Joana então sorria pra sua malícia
Afrontava seus temores
Jurava a si mesma usufruir de viver
Jurava a si mesma viver
Amando como foi realmente foi concebida a ser

Ela abraçou o despudor
Lhe beijou de língua
Descompassados passos dançou
De uma eufonia.
Ela se rebelou contra sua jaula Psíquica
Ignorou a maledicência dos risos hipócritas
E se perdeu na imensa verdade que lhe pertencia
Joana se permitia
Em seus próprios caminhos
Com os pés descalços
Pela vida sumia
...

Luciano Paz


ps.Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Despudore -se.

04/02/2011

´´ Placere ``


PLACERE

Placere , Com assas quebradas que me salvam
Sem aspas que podem me ilustar
Nem sempre vivo o profano de mim mesmo
Eu sou o sagrado de meus reversos
E sigo um por um caminho não tão régio em busca de me regozijar
Sem armas de um luxo súperfluo
Que apenas envaidece sem acrescentar
Eu prefiro os meu rabiscos mais sem nexos
A minha estranha ousadia imaculada
Do que ficar cheio de inverdades supremas e alegrias validadas,

Sim, Placere
No silêncio das ondas
No olhar dos dias
Que por lapso se seguem, as vezes no sim e no não.
Eu sou minha vontade de ser chão
De ser vida , de viver e chora sua sina...
Quero, tudo que permita me refletir
Ser eu me basta , e não pontuo outras penas e traças
Ser a ousadia , a subversividade, a feiura com algo mais
Não apenas uma face que agrada e compra olhares.
Quero cores , sabores , calores, todos simples...
Simples, como o amor na sua forma sem domínio e pura

Placere , com minhas alegrias extravagantes tão sem censuras,
Vivendo a loucura e me curando na mesma
Mesclando a vida e sorrindo do drama
Adornando as cicatrizes da vida
Poetizando meus impulsos...
Gritos internos
Vidas que não são minhas
Sonhos loucos

Placere , com meu gelo demudado a fogo
com os insólitos insultos de devaneios benignos
Que no imo do meu querer se fazem
Entre penas de baú e audácias de versador
Risos tímidos de ´´robô `` e mistérios de pensador
Placere , ao temer meu criador
De pés descalços e Verdade nua
Ao contemplar estrelas e lua
Com risos tímidos escondendo seus Tédios e mistérios
Amando quem meu amor ama
Amando quem mereça o meu ´´amar``
Costurando as assas fictícias e voando na realidade que crio pra não sufocar



*Placere Clichê?!




Tento Viver cada dia com muita gana ( até mesmo os dias de linhas tortas) , como se fosse o único e não houvesse mais algum outro.
(clichê isso ?, mas sempre tão valido, hã?! ) Vivo com o coração pulsando sentimentos , diversos e confusos .Vivo e convivo comigo e com meus mundos, Dentro dos meus absurdos.
Vivo sempre querendo almejar o sonho do ´´amanhã`` melhor , mesmo sabendo que o incerto lhe cobre com nuvens, e que a única certeza é o tal do agora que me sorri sem mascaras.

Entre adornos , como em uma brincadeira com minha face e meus outros ´´eus``, também vivo , Mas fincando quem sou , Resguardando sempre pedaços da minha paz pra poucos .
Nada tenho , tento ´´Ser`` não ´´Ter`` . E vivo , cada dia com um turbilhão de coisas , Mas aprendi que dentro de todos os sentimentos bons bocados de ´´Placere`` inseridos ajudam a ornar seu viver .
sorria , PLACERE.



Luciano Paz

24/01/2011

´´ Fantoches ``


Fantoches

Extinção do ser
Compulsão por ter
Violar o ar
Recriar seu ser
Se remoldar pra ser
Pra tentar ou parecer
Um fantoche essencial
No centro do circo superficial do existir...

Muitos rastejão
Outras pegadas
Incorporam artifícios para o bom ´´estadear``
Sem ser quem são
Vivem a ludibriar
Até a própria sombra antes de deitar
Que rei sou eu ?
Qual é a sua tara?
Você se molda numa forma plástica?
Qual é sua grife?
Muito prazer!
Agora tire sua mascara , quero lhe conhecer

Para caber dentro da caixa,
De vaidades que lambem a exposição
Muitos se portam como saldadinhos sem percepção
Vão rastejando...
E se portando como um objecto de decoração
Na ilusão do ter
Do parecer
Do blá blá blá
Do, vai querer ?!!

Extinção do ser
Compulsão do ter
Exposição da alma
Literatura o quê??
Mentes que se entregam ao Parecer
Supervalorizam o adornar
E priorizam o ter.
Que rei é você?
Qual é a sua tara?
Você se molda numa forma ´´Plástica``?


Luciano Paz

01/01/2011

´´ Sob Delacroix o beijo ``


Sob Delacroix o beijo

Bela tela contemplando
O relógio se entediando
O tal tempo que não para
Minha visão fixionada
Tão sutilmente ignorando
O tal tempo
O tal pranto
De que tudo passa ou não
Apenas imersificando
O meu ´´ estar`` numa visão um tanto deslumbrada
A questionar a tal da...
´´Menina órfã no cemitério``
Me supria de bons mistérios

Bons mistérios ,faz pensar.
Boas artes Alimentam o que se precisa suprir
No meu intimo balbuciava:
´´Beaux-écrans Eugène Delacroix``
E assim me expandia
Com o universo de cores em suas formas já imortalizadas
A cada tela uma historia contada

Bela tela a me hipnotizar
O que versar com...
A Liberdade Guiando o Povo?
Encontro de sentimentos e esboços ?
Ou silêncio , inspiração e encantos?
Me ausento de tais indagações
Vou versando sem pretensões
De que sei versar o que me foi vivido
Sob Delacroix o beijo
Um impulsionado desejo
De um incontrolável querer
Em um noite onde preso estava, em um sonho sobre telas.






obs. ´´ Bonne Année!!``

Um novo ano. Recomeço , sinceramente desejo a todos bons fluídos , novas ousadias .
Que a paz seja um foco recorrente, a compreensão, o respeito ao próximo.
Que todos os quereres de sonhos plantados ressurjam em realidade .
E que a tal ... F.E.L.I.C.I.D.A.D.E! sempre nos abrace ou vice -versa . Sem esquecer também que um bocado de ´´Saúde`` é fundamental para que nosso barco continue a navegar pela vida sorrindo.
Bom ano!!
aqui vamos nós Sr° 2011!
(Com a proteção de Deus)

PAZ!



Luciano Paz

11/12/2010

´´13 dias, Uma década ou outras tantas vidas juntas``


13 dias, Uma década ou outras tantas vidas juntas

Os meus pés estão entrelaçados aos teus
Brigando entre sí pelo melhor encaixar
Você querendo comedir seus beijos
Na tentativa de parcelar o amor brincando
Sorrindo e sussurando aos meus ouvidos
Palavras de conteúdo proibido.

Não vamos jurar...
Amor...
Eterno.
Vamos amar e amar
POIS o eterno , é o tempo certo
E o tempo certo não tem em bula
Pode ser 13 dias , uma década ou outras tantas vidas juntas
Não vamos jurar amor eterno
Vamos viver o eterno e amar
Amar
...

Os teus risos tímidos encontram refugio nos meus
Escrevo em partes do teu corpo que o sol não vê
você lê minhas poesias na pele
Somos o inverso do que tanto se repetem
E até o nosso replay diverge do que se pode imaginar
Amar é coisa pra poetizar , inovar
Em versos , rimas , beijos indecentes ou pudicos
A astrologia não prevê nossos tímidos absurdos.

As nossas sombras se encaixam como uma dança ensaiada
Sob o por -do-sol, sempre cometemos bobas mancadas
Velhas artimanhas ...
Que usamos...
No espaço tão estranho do nosso ´´ousar``.
Quero mais é vidar deixando a vida viver
Esquecer que se mede o tempo e ele passa sem me ver
Que me rouba num descuido piscar de olhos displicentes
O mais trivial das brisas incomuns
Vamos deixar vidar a vida ....
Sem cronômetrar um possível eterno que possa vir a ser um dia

Não vamos jurar..
Amor...
Eterno.
Vamos amar e amar
Pois o eterno é o tempo certo
E o tempo certo não tem em bula
Pode ser 13 dias , uma década ou outras tantas vidas juntas
Não vamos jurar amor eterno
Vamos viver o eterno e amar.

ps.Eu escrevo para fazer existir e para existir-me. procuro o sopro da palavra que dá vida aos sussurros.

pps.´´Não vamos jurar amor eterno
Vamos viver o eterno e amar´´


Luciano Paz

12/11/2010

Pimentas ( estranho modo ardente de estar )


Pimentas (estranho modo ardente de estar)

No escuro, minha boca está...
Mordendo a sua está...
Querendo se diversificar
Rastejando no lapso de seus agrados
Eu acho que vou me curar
Mas antes de ti acorrentar aos meu pecados
Vou mostrar a ti, somente, o meu segredo mais banal..

Não se assuste, talvez eu possa ser pior que você
Apenas me use ..
Estou usando você...
Não se assuste, não sou tão ruim assim..
Eu tenho amor pra dar..
A quem de mim gostar
A quem de mim provar...
O meu gosto de pimentas ( vermelhas)
A minha única decência
Não vou ferir tua aparência
Só quero beijar a tua boca
E nela deixar o meu gosto de pimenta
Nela escravizar, suavemente teus lindos lábios inocentes


Quero mesclar teu nada com o meu
Tua fome com minha vontade de fera..
Meu cio te espera
Vou apimentar tua insensatez mais modesta
Lamber discretamente teu corpo como louco
Devorar- te, e deixar que devore minha mais excitante vontade de te querer
Você vai arder ...
Eu vou prometer, não mais irei te fazer sonhar em vão
Só me dê sua mão gelada ...
Traga o seu resto e mais um pouco
Estou aqui, entregue aos teus esboços
E aos poucos vamos nos apimentando mais.., muito mais..
Bem mais que a primavera que passou


Você arde , e morde minha boca
Eu consumo e embarco nessa trama
Esquento o frio com o calor da nossa chama
Roubando um vinho velho ,pra aperfeiçoar...
E te mostrar quem sou na lama da cama a dois
Na flama sem fama em chamas
Que deixo suar você em mim..


Entrelaçados num compacto de peculiaridades ofegantes
Me vejo te espionando...
E te pego me querendo
Meu olhar de pimenta te furta pra mim
Teu olhar de pimenta arde discreto , mas arde dentro de mim, profano??
O meu desejo é feito pimenta , te atordoa
E você sempre pede mais antes de acabar
A minha boca queima junta da sua , só a gente entende
O nosso estranho modo ardente de estar.


Luciano Paz

25/09/2010

Dois pra lá , Dois...


Sou só,
não amo quem me ama.
Desperdiço meu amor com
quem não me vê.
Amor incondicional é exigente.
Quero me ver nos olhos
de quem me dedico.
Mas...não estou lá,
Estou aonde não olho mais,
talvez naquele amor incondicional.
Vivemos o amor sempre no
momento errado
É sempre assim...
dois para lá, um para cá.

Luciano Paz