12/11/2010

Pimentas ( estranho modo ardente de estar )


Pimentas (estranho modo ardente de estar)

No escuro, minha boca está...
Mordendo a sua está...
Querendo se diversificar
Rastejando no lapso de seus agrados
Eu acho que vou me curar
Mas antes de ti acorrentar aos meu pecados
Vou mostrar a ti, somente, o meu segredo mais banal..

Não se assuste, talvez eu possa ser pior que você
Apenas me use ..
Estou usando você...
Não se assuste, não sou tão ruim assim..
Eu tenho amor pra dar..
A quem de mim gostar
A quem de mim provar...
O meu gosto de pimentas ( vermelhas)
A minha única decência
Não vou ferir tua aparência
Só quero beijar a tua boca
E nela deixar o meu gosto de pimenta
Nela escravizar, suavemente teus lindos lábios inocentes


Quero mesclar teu nada com o meu
Tua fome com minha vontade de fera..
Meu cio te espera
Vou apimentar tua insensatez mais modesta
Lamber discretamente teu corpo como louco
Devorar- te, e deixar que devore minha mais excitante vontade de te querer
Você vai arder ...
Eu vou prometer, não mais irei te fazer sonhar em vão
Só me dê sua mão gelada ...
Traga o seu resto e mais um pouco
Estou aqui, entregue aos teus esboços
E aos poucos vamos nos apimentando mais.., muito mais..
Bem mais que a primavera que passou


Você arde , e morde minha boca
Eu consumo e embarco nessa trama
Esquento o frio com o calor da nossa chama
Roubando um vinho velho ,pra aperfeiçoar...
E te mostrar quem sou na lama da cama a dois
Na flama sem fama em chamas
Que deixo suar você em mim..


Entrelaçados num compacto de peculiaridades ofegantes
Me vejo te espionando...
E te pego me querendo
Meu olhar de pimenta te furta pra mim
Teu olhar de pimenta arde discreto , mas arde dentro de mim, profano??
O meu desejo é feito pimenta , te atordoa
E você sempre pede mais antes de acabar
A minha boca queima junta da sua , só a gente entende
O nosso estranho modo ardente de estar.


Luciano Paz